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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

HISTÓRIA DE PIRPIRITUBA (Clóvis Calisto dos Santos)

 Conto, canto e encanto com a minha história…..

PIRPIRITUBA-PARAÍBA

57 ANOS DE HISTÓRIA


                                                                                                                   

 

                    










E com grande satisfação que lhes apresento esta obra, que tem como objetivo resgatar e divulgar a história de Pirpirituba-PB. Ela possibilitará às nossas crianças, jovens adultos e idosos, e ainda as futuras gerações pirpiritubenses o conhecimento de sua história, cuja origem se deve ao cultivo e ao comércio do algodão onde agricultores que aqui chegaram em busca de trabalho, foram acolhidos por esta terra, bem como a todos que posteriormente resolveram se estabelecer na cidade. É daí que surgiu o lema “Terra do  Algodão”.Nesta terra de clima agradável e de tantas riquezas naturais e que nós amamos e apreciamos a beleza de uma cidade de gente feliz e acolhedora que, mesmo diante de dificuldades, busca e espera a cada dia alcançar a prosperidade. Cidade que formou pessoas   ilustres e dignas, capazes de amar e respeitar  ao próximo, ́ pelas quais tenho todo respeito e admiração, pois estão sempre imbuídos de dedicação constante em busca de uma sociedade justa, pacífica e fraterna. Por acreditar que um povo sem história é um povo sem cultura, louvo o resgate e a reconstrução da identidade pessoal e cultural do nosso povo, feitos por por meio deste educacional. Este livro deixará registrado nosso passado e nosso presente,para que a atual população pirpiritubense e as futuras gerações conheçam e respeitem as suas origens. Este é mais um passo que Pirpirituba dá em busca do registro de sua história e da preservação da sua memória, construindo, assim, o que queremos para nós,  para os nossos filhos e descendentes, que é  um futuro honroso, altaneiro e brilhante. Deixo aqui registrado meu agradecimento a todos que participaram e o orgulho de ter feito também parte desta edição histórica.

 

 

 









SUMÁRIO 


Introdução   7

1 - Localização e Aspectos Geográficos   9

2 - Limite territorial   15

3 - Aspecto Social                     21

4 - Aspecto Fisiográficos                      25

5 - Localização da Área de Estudo   30

6 - O Desenvolvimento   39

7 - Formação Histórica           49

8 - Origem do Município                            61

9 - Religiosidade   80

10 - Independência do Município 85

11 - Aparecimento do Comércio                        90

12 - Educação                            99

13 - Transporte             110

14 - Lazer               113

15 - Economia 114

16 - Pavimentação                                                                                                              115

17 - Sede do Sacrário                                                                                                       116

18 - Surgimento do Comércio                                                                                            117

19 - Feira Livre                                                                                                                 118

20 - Fontes e Referências Bibliográficas   120

 

CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PIRPIRITUBA

                           

 1.0 – Localização e Aspecto Geográfico 

1.1- O município foi criado em 1953, era distrito de Guarabira desde 1892, pelo decreto Lei Estadual de 24 de maio de 1892, condição retificada nas divisões territoriais de 12 de dezembro de 1937 e a luta pela independência da cidade foi construída pelos próprios ilustres moradores, José Antônio Ribeiro Viana, Francisco Leodegário e Oliveira Lucena

1.2- Nos anos de 1907 e 1922 tentaram realizar o sonho da independência de Pirpirituba, foi em vão, só mais tarde esse sonho se tornou realidade, quando o povoado foi elevado à categoria de vila em 1938, pelo decreto de nº 1010 de 30 março de 1938. Só alcançou sua independência por definitivo em 02 de dezembro de 1953, por intermédio do decreto Lei estadual de nº 938, votado pela Assembleia e promulgado por João Fernandes de Lima, na época governador do Estado. Em 04 de dezembro daquele ano foi oficializada a sua emancipação política. José Fortuna foi o primeiro prefeito eleito da cidade. 

2.0 – Limite Territorial 

Com uma população de aproximadamente 11 habitantes, a cidade de Pirpirituba, localizada no Brejo da Paraíba. A cidade é detentora de uma área de 80 km quadrados, distante 110 km de João Pessoa, situada na microrregião do Brejo paraibano, onde há um clima quente e seco, que oscila entre 25º a 36º C. Tem como economia predominante a lavoura de subsistência, pecuária, bovina, ovina e caprina, e limita-se com os municípios de Pilõezinho, Guarabira, Araçagi, Sertãozinho, Belém, Bananeiras, Borborema e Serraria.

2.1- O Estado da Paraíba é formado por 223 municípios contidos em quatro mesorregiões: Sertão Paraibano, Agreste Paraibano, Borborema e Mata Paraibana. Cada uma subdividida em microrregiões que apresentam características geográficas próprias. O município de Pirpirituba está situado na microrregião de Guarabira que no entender de Irineu Joffily, “um oásis encravado ao sopé das serras de Roma, Baiano e Jurema, de clima ameno e solos férteis” (JOFFILY, 1977 apud MOREIRA, 2006).

2.2- O município limita-se com Guarabira, Bananeira, Borborema, Belém, Serra da Raiz, Pilõezinhos e Sertãozinho. O acesso ao município é proporcionado por estradas devidamente asfaltadas facilitando a interação com outros municípios e capitais nordestinas.

2.3- A cidade é detentora de uma área de aproximadamente 80 km² representando 0,14155% do Estado, e 0,0009% de todo território brasileiro. Está 99 metros acima do nível do mar com densidade de 129,23 hab/Km 2 onde se espalha uma população de aproximadamente 10.198 habitantes, sendo que 7.518 vivem na área urbana.

2.4- Está há 106 quilômetro de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba e 93 de Campina Grande, segunda maior cidade paraibana a 573 km de Fortaleza/CE, via Belém e a 709 via Mamanguape, a 156 km de Natal/RN, via Belém e 189 km via Mamanguape e 209 km do Recife via João Pessoa. 


3.0 - Aspecto Sócio Econômico 

3.1- Na educação - O município dispõe hoje de cinco escolas, sendo duas estaduais e três municipais, todas na zona urbana. O Ensino Fundamental tem 2.233 matrículas e o Ensino Médio 370. Existem Atividades Sócio-Culturais como Bibliotecas públicas, Estádios ou ginásios poliesportivos, Banda de música.

3.2- Na saúde – Na localidade há uma Unidade Mista de Saúde 'Doutor José Pereira dos Santos Filhos' que serve de assistência à população e funciona na Rua da Rodagem. O posto de saúde obteve 16 leitos hospitalares, em 09 Estabelecimentos de Saúde prestadores de serviços ao SUS.

3.2- Segurança - Encontram-se Informatizados o Cadastro e/ou bancos de dados de saúde, educação e patrimônio, Controle de execução orçamentária, Cadastro imobiliário (IPTU), Cadastro de funcionários, Folha de pagamento e Contabilidade.



ASPECTO FISIOGRÁFICO DO MUNICÍPIO DE PIRPIRITUBA 

                          

4.0 - Aspectos Fisiográficos

4.1- O município encontra-se inserido no domínio da bacia hidrográfica do Rio Mamanguape. Seus principais afluentes: O rio Guarabira, além dos riachos: Cacimba do Padre. Rio Bananeiras, Muquém do Peixe e Paud’Arco.

 

https://lh5.googleusercontent.com/8EOhCOYmn9ywOBVQRJqx84gt06rHycIrCnGd5pGTXF4-SrH0ABrWy65cT4584VwFb59--A5JLC0MZvJdyFH1f3b9-o_1jrnxKh2lx289LLGdGRzx3uPEd8mgkHdNNQ

Figura 03 – Mapa Geológico do Município de Pirpirituba-PB.Fonte: CPRM, 2005.

           https://lh3.googleusercontent.com/aojSvUr2DtUMQeKf5QygTaqxSpMz2fD0w5nr9qtbLG41yTawtry-xRdOGW4FrCiZCMjexHeCFXJlyPJBE7u1pYzKkPfbVorVh0necG3S_bOqz0C5Kcg8jyWEmmVD5Q

4.2- O relevo na unidade geoambiental do Planalto da Borborema, forma-se outeiros altos, com altitudes variando entre 650 a 1.000 metros. Ocupa uma área de arco que se estende do sul de Alagoas até o Rio Grande do Norte. É geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos dissecados. A fertilidade do solo é bastante variada, com certa predominância de média para alta. A área da unidade é recortada por rios perenes, porém de pequena vazão e o potencial de água subterrânea é baixo.

4.3 - A vegetação desta unidade é formada por Florestas Subcaducifólica e Caducifólica, próprias das áreas agrestes. Podemos encontrar, pássaros canoros como galos-de-campina, golados (coleirinhas), cabeças-pretas (papa-capins), gaturamos, azulões, bigodes, bem-te-vis, chorões, caboclinhos. Ainda são encontrados nambus, gaviões, jabutis, rolinhas, corujas, urubus, cobras, raposas, sagüis, preás, gatos-do-mato, guaxinins, camaleões, ratos-do-mato e tatus.


https://lh6.googleusercontent.com/dAOirh0DEC6OEBqvQLcR9z5rTqa-YZvwpYvURsOdL3-r1b_I2iXBQMlpRtejJyJ5_XIHWXEix8I9_qwtMaIKMvDp9VUd4VCaP9tJRQNZlYQDKmsrkZ4IdcUfJOj1AQ

4.4 - O clima é do tipo Tropical Chuvoso, com verão seco e temperatura que variam entre 36° e 20°, A estação chuvosa se inicia em janeiro/fevereiro com término em setembro, podendo se adiantar até outubro.


 1.2 - LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

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O município de Pirpirituba está localizado na Microrregião de Guarabira na Mesorregião do Agreste. De agosto com a Companhia  de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM, 2005) sua área é de 80 Km² representando 0.1415% do Estado, 0 0051 da Região e ooo9% de todo  o território Brasileiro, tendo como coordenadas geográficas 06°46’48” de latitude sul e  

35° 21 '55 `` de longitude oeste, conforme Figuras 04/A, 04/B e 04/C. O município tem uma altitude aproximada de 99 metros. Está há 106 quilômetros de João Pessoa, capital do Estado da Paraíba, e 93 de Campina Grande, segunda maior cidade paraibana, 209 km do Recife. Limita-se com o município de Borborema, Bananeiras, Guarabira, Belém e Sertãozinho. O município está inserido nas folhas da superintendência do desenvolvimento do Nordeste( SUDENE) de Solânea e Guarabira na escala de 1:100.00006°46’48” de latitude sul e





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Foto:  Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário.

                     Fonte: IZETE FORTUNA, 2001.




Evolução Histórica do Município


Conta-se a história que Pirpirituba (Paraíba), surgiu em torno de uma capela sob a invocação de “Nossa
Senhora do Rosário” por volta de 1860, 

Este ano marca os primeiros passos de sua história. Não se podendo contar em registro os fatos acontecidos
mas, limita-se em relatos de pessoas anônimas que ajudaram na formação histórica da cidade.

Segundo França (2004) em seu livro “Contos, Cantos e Recantos da nossa Terra”, a colonização de Pirpirituba começou na
segunda metade do século XIX,  por iniciativa de dois fazendeiros com suas respectivas famílias, o Capitão Luís Correia
de Mello e Lourenço Cordeiro que decidiram fixar residência às margens dos rios Pirpirituba que também era chamava de
Bananeiras e o Riacho do Padre, eram dois nomes para o mesmo rio. Construíram na já citada edificação em torno da qual
surgiram as primeiras casas, em ambos os lados e em sua frente, configurando-se um largo, agregando as famílias vindas
daqui e dali formando o povoado nascente.


Nas propriedades das fazendas dos tais fazendeiros existia um Cruzeiro e como eles eram amigos e

tinham as terras vizinhas resolveram fazer uma Capelinha para os negros se encontrarem. A areia

foi retirada do riacho do salitre e a madeira do sítio alto da matriz, teve escravos e índios como

mão de obra, num sistema misto em taipa, sob a égide do Capitão Luiz Correia de Melo, o fundador da

localidade. 

 

 

 

Capela de Nossa Senhora Rosário- Altar – Mor 

 

Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário

 Reformas internas e externas foram acontecendo no passar dos nove longos anos, até que, em 1945 aquelarústica capela ampliou-se, dando lugar a atual igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário que abriga em seualtar mor, a imagem da santa em tamanho natural, cuja a mesma, é, também, a padroeira do município.Pe. Ricardo José Brasiliense foi o primeiro capelão que se encarregou da ornamentação para o embelezamentodo Altar-Mor. Com a sua idade já avançada parecia ter escolhido o lugar para terminar os seus últimos dias.Religiosos piedosos e devotos, subiam todas as tardes o morro do “Mindóia”, local onde construíram osreservatórios de água, para rezar; onde lá foi um dia encontrado morto um padre, desde , então, no local foierguida uma cruz. Muitas pessoas afirmam terem visto sua alma subindo asencostas do morro, rumo à cruz, e muitos a ele recorrem em busca de milagres para suas doenças e conforto para as aflições.

Contam, também, que em 1916 quando se trabalhava na fundação para construção da torre da matriz, foram encontrados vários crânios humanos e outros objetos de origem religiosa como pequenas

cruzes e medalhas de alumínios, supondo-se que ali havia antigamente um cemitério. Graças ao

Coronel Oliveira Lucena que, em 1925, construiu uma nova moradia para os mortos, eles puderam

repousar em paz.

 

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D. Adauto de Miranda Henriques

 

 

 

         Aquele povoado cresceu e 28 anos depois recebeu a visita do Provisor do Bispado da Arquidiocese de Olinda (em 18 de Janeiro de 1888).  Depois de 14 anos o povoado teve a alegria de receber o Reverendíssimo Sr. Arcebispo D. Adauto de Miranda Henriques (em 23 de Outubro de 1916). Ele prometeu que se fosse construída uma nova Matriz e uma nova residência paroquial, seria criada uma freguesia com sede no então distrito de Pirpirituba. 

     Depois de 9 anos (em 30 de Abril de 1925) finalmente foram atendidas as necessidades espirituais dos habitantes de Pirpirituba e foi instituída a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e Matriz da referida Paróquia, na forma do Direito Canônico - 1415, parágrafo 3; 1208, parágrafo 1; concedendo-lhe plenos direitos e faculdades para que permanecesse em sua sede o Sacrário onde se conserva o Santíssimo Sacramento.                                      D. Adauto de Miranda Henriques foi diretor espiritual e professor no Seminário de Olinda (Filosofia,

Francês e Direito Canônico), capelão do Orfanato de Santa Tereza e cônego eleito da Sé, de 1881 a 1893.

Foi o primeiro bispo da diocese da Paraíba, criada pelo papa Leão XIII em 1892, por nomeação episcopal em

Roma, a 2 de janeiro de 1894, e ordenação a 7 do mesmo mês; como também foi o seu primeiro arcebispo

(14 de julho de 1914). Dirigiu a arquidiocese com pulso firme e polêmicas, notabilizando-se pelas pastorais

em que condenava o liberalismo, o ateísmo, o socialismo, a maçonaria, o comunismo, a emancipação da mulher

e o relaxamento de costumes trazido pelo urbanismo e a industrialização. Fundou treze colégios, erigiu

dezenove novas paróquias, realizou quase duzentas visitas pastorais, ordenou 140 padres, numa

administração que trabalhava e fazia trabalhar. Fundou em João Pessoa o Seminário Arquidiocesano,

o Colégio Pio X e, antes, em 1897, o semanário A Imprensa, edificando ainda, na praça que hoje lhe tem

o nome, o Palácio do Bispo, sede da arquidiocese.

Em 1930 o arcebispo manteve uma longa contenda com o presidente do estado, João Pessoa, em razão

da preexistência do registro e casamento civis, por este defendido.

Os primeiros registros relacionados à matriz foram feitos em 1925, pelo padre Dom Adauto quando

a capela passou para a sessão de paróquia, realizando o primeiro batizado e os registros no livro de óbitos

dos sepultamentos realizados na Matriz, localizada no centro da cidade, onde tudo acontece está em torno

dela, é a décima Igreja mais antiga da Diocese de Guarabira. E por este motivo faz parte da história da

cidade.

 

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Monsenhor Odilon Pedrosa e a turma da se1° comunhão, década de 40. Foto. 


Logo depois,  chega à Pirpirituba, Mons. Odilon Alves Pedrosa, que logo assumiu o Colégio da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade, em Pirpirituba. Monsenhor Odilon Pedrosa foi um excelente homem de letras. Tinha seu estilo próprio, de leveza e síntese invejáveis, de conhecimento e manejo do vernáculo. Soube ser homem das letras, na guerra e na paz. Manteve diatribes jornalísticas em favor dos valores espirituais que sempre honrou. Mas, foi, sobretudo, na paz do crítico do cotidiano que seu estilo deixou recordações infindáveis.

Um homem de tal envergadura intelectual, seja por seus estudos no exterior, seja por seu valor literário, foi sacerdote acima de tudo. Nunca se achou tão grande que não coubesse em cidades interioranas, ainda pequenas no seu tempo. Com alegria de realização humana, foi pároco de cidades paraibanas como Pirpirituba e Sapé. Marcou época por onde passou. Ainda hoje seus contemporâneos relembram seu nome com saudade

Odilon Pedrosa foi correspondente da revista Maria, onde escreveu a coluna De Roma, responsável por informar os fiéis brasileiros dos encaminhamentos da Sé romana. Também exerceu a função de secretário e integrante da Academia Beato Inácio Azevedo, círculo intelectual de seminaristas latino-americanos, localizado no Pontifício Colégio Pio Latino-Americano.

Procissão de Nossa Senhora do Rosário Década de 50 em um Jeep

 


Conta-se que: Religiosos piedosos e devotos subiam todas as tardes o morro do “Mindóia”, local onde construíram os reservatórios de água, para rezar; e lá foi um dia encontrado morto. No local um padre foi erguido uma cruz. Muitas pessoas afirmam terem visto sua alma subindo as encostas do morro, rumo à cruz, e muitos a ele recorrem em busca de milagres para suas doenças e conforto para as aflições. 

Falavam-se histórias que certa vez, quando uns amigos vinham de uma festa, já tarde da noite, ao passarem pela Igreja, se assombraram com uma voz muito aguda acompanhado o toque da serafina que vinha de dentro da torre. Concluímos tratar-se de uma assombração. Tempos depois, soubemos que aquela voz era de um fanático religioso, denominado Beato da Nica, um lugarejo perto de Pirpirituba, que penetrava, às escondidas, enquanto as portas da Igreja  estavam abertas, escondia-se, para mais tarde prestar sua homenagem solicitaria e contrita a Deus.

 

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Foto: tropeiros

- Gravura adquirida em revista



 

 

O povoado estava associado diretamente ao intenso tráfego de tropas de animais, que nas suas idas e vindas uma das paradas certas para o rancho eram os rios que abasteciam o povoado. A chegada de uma tropa de burros anunciava que o comércio seria abastecido. Essas cenas eram comuns no dia a dia do povoado. 

Segundo, Jurandir: Manoel Martiniano era um dos tropeiros, tinha uma bodega que ficava ao lado do coreto da pracinha do coreto, José Martiniano, seu pai era quem tomava de conta, isto porque, Manoel vivia pelo mundo , vendendo e comprando sereias e tudo que era negociável: “   Peixe e miúdo de carne salgados de Caicó, Rio Grande do Norte, vassoura de palha de carnaúba de Santo Antônio do Salto da Onça RN, cordas de agave de Barra de Santa Rosa, carne seca de Picuí, PB”, e assim passava meses em seus negócios com sua tropa de burros mulos. Ele era pai de Dona Odete, esposa do senhor José Marques, funcionário dos correios e Telégrafos. Falava que sua felicidade era a chegada de volta em Pirpirituba com a tropa que se mantinha a mais perfeita fila indiana, com a burra-da-guia onde entregava suas últimas encomendas na direção da casa de comércio em que terá de estacionar. O pelotão de elite, composto de cinco animais, desliga-se do conjunto a um simples assobio para a manobra de praxe, ali no largo da Feira, entre a Igreja e o armazém de Soares de Oliveira Lucena, enquanto o grosso do comboio para botando a carga abaixo” 

 

Nesse contexto, não foram poucos os lugares que se tornaram pontos de parada das tropas de animais que por sua vez foram sendo nomeados pelos tropeiros. Algumas se tornaram povoações, deixaram de ser isoladas e transformaram-se em pequenos núcleos habitacionais, uns maiores e outros menores, dependendo do grau de desenvolvimento agropastoril. Cinco foram  os povoados que se elevaram de posição região. Pilõezinhos surgiu em 1856, Araçagí, Mulungu e Alagoinha em 1870, Cuité(Cuitegí), em 1873 e Pirpirituba em 1860.

No dicionário corográfico da Paraíba. Coriolano de Medeiros, em 1925 diz: “Pirpirituba começou a ser construída ao pé de um cemitério, até poucos anos existente bem no centro da rua principal”. Logo depois, veio a ser a cadeia da cidade, construída na época da fundação de Pirpirituba pelo Capitão Luiz Correia.

As ruas cresciam devagar e desordenadamente, a vida na povoação não tinha leis, saúde, segurança, não havia nenhum tipo de organização social, ou hierarquia, predominava o querer individual. Era esse o panorama do povoado de Pirpirituba na segunda metade do século XX. 

A vida era pacata, seus moradores preocupados unicamente com os seus roçados e criações, nem pensavam em progresso e desenvolvimento. Os meios de transportes eram os burros e os cavalos. Para tratar de doenças “não havia médico, nem farmácia. Curavam-se com meizinhas e homeopatas. Dormia-se cedo, com o pôr-do-sol. Acordava-se cedo, com o cantar dos galos”( 2). 

 

O Processo de Urbanização no Município 

 

Em 18 de maio de 1892, o povoado foi elevado à qualidade de distrito do município vizinho Guarabira, que nesta época já era configurada como cidade desde 1877, com apenas 75 Km² No início do século XX a infra-estrutura do município de Pirpirituba começa avançar em seus primeiros sinais, pois até então era um pequeno povoado sem vias de transporte.

 A primeira estrada a chegar ao povoado foi a ferroviária em 1910, anos mais tarde em 1922, fora aberta a primeira estrada de rodagem ligando a cidade ao vizinho município de Guarabira e consequentemente as construções das pontes sobre o Riacho do Padre e o Rio Bananeiras, nesta época as pessoas que visitam Pirpirituba pela primeira vez estranhava porque a mesma não passava de um simples povoado, uma vez que encontrava-se desenvolvida e já possuía Um Cartório Cível, um hotel e um cemitério público, acrescenta Barbosa (2013). alguns anos depois, em 1947, o Governo do Estado da Paraíba passou a se interessar em educar os  moradores da cidade, construindo o primeiro grupo escolar no município.

Muitas foram as tentativas pela independência do Distrito, feita por líderes políticos da época, os senhores Cel. Oliveira Lucena, Leodegário da Cruz e José Ribeiro Viana, entre 1907-1922. Em 15 de novembro de 1938 o Decreto Lei nº 1.164, o distrito foi elevado à posição de Vila


Manoel Ferreira de Melo, sogro de Luis Moura da Costo, nascido em em 1886, no sítio Grota Funda, povoado nascente de Pirpirituba, trabalhava no cultivo da lavoura e colheita de algodão. Logo depois, foi morar na cidade. Comprou um sítio no Catavento e uma casa na rua Oliveira Lucena, ao lado do Grupo Escolar Monsenhor Walfredo Leal, vizinho a Maria Amaro, na época, zeladora do citado.  Relata  seu neto, Vanilton Moura

 

 

Rio Pirpirituba, que se chamava de Bananeiras

 

 

 

Os rios foram de fundamental importância para a cidade, pois, além de fornecerem água para o consumo, eles, também foram essenciais para realizações das atividades econômicas, tais como a agricultura, pecuária e esporte  

Em período de chuvas, as cheias atraiam os atletas da região, Nadadores iam treinar no rio da cidade. A meninada tomava partido e organizava verdadeiras torcidas. O nosso herói era um rapaz, provavelmente de uma família pobre, mas com o espírito de aventura e muita garra que ficou conhecido em todo Brasil como um excelente nadador, ganhando muitas disputas entre nadadores famosos. Foi apelidado de “Homem Peixe”, mas seu nome era Virgílio Fidelis. 

https://lh6.googleusercontent.com/ZakUinUBoSTaDHplnf-hjhxCr_LtiEeHrsptO7L8PhKQdHnPn5xerjV5oCc2HY3NdJm6pPhnRyhPMu-HVCAy6PY-pQgC1H3ASp41oi0pleKVsGBvboV_yRzx5I8EKoPqm1dxhOcMarreiro S da Silva Grandes recordações dos meus belos tempos de criança e juventude quando, nessa época de rio cheio, pulava dessa ponte e saía nadando e boiando rio abaixo, entre troncos de madeira, galhos de árvores, cobras, bicho morto, sapos e jias, passava pelo sítio de Manoel Gomes e seguia até a curva do rio defronte a nossa casa, do outro lado do sítio, conhecido como banheiro dos homens. Era muito gostoso, até hoje sinto saudade, inclusive vontade de reviver aqueles inesquecíveis momentos. Bom tempo, um abraço. 

 

Em período de estiagem a água era trazida, de longa distância, em barris de madeira, sobre lombos dos burros ou galões, feitos de duas latas de querosene, que eram penduradas com cordas, nas extremidades de uma vara e carregadores, ou mesmo, em potes de barro, sobre a cabeça de mulheres.  Era um grande sacrifício a locomoção pelas ruas, tortuosas, sem calçadas e muitas vezes cheias de batentes. Porém, o Prefeito da época recolhia, entre a população, donativos para construir uma barragem para represar a água do rio Bananeiras onde os meninos iam nadar. 

    

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Açude do Corta-vento



Quando esse açude sangrava, era uma festa. Uns pescavam na descida da água, outros tomavam banho na correnteza, outros pulavam e desciam impulsionados pela força da água... era muito bom.

 

Jurandir Lourenço, diz:: O açude do cata-vento, pertinho da minha casa, fez parte da minha infância, foi ali que eu aprendi a pescar e nadar, deixávamos as camisas em cima de uma pedra para o vento não levar e atravessava para o cacimbão que ficava no meio do açude. Quando o açude sangrava era mais uma atração, muita gente ia pescar de Jereré um tipo de pescaria mais fácil de pegar os peixes, inclusive as piabas que eram tratadas ali mesmo para servir de tira gosto. Algumas eram vendidas, oferecidas nas mercearias  e bares da cidade. As piabas eram enfiadas em sequência em um capim resistente, onde, na sua maioria, os fregueses queriam ser tratadas. Às vezes não dava tempo de chegar na bodega de Pedro Maia, ali, mesmo era vendido.


 

 

Evolução histórico

 

  A origem no município remonta aos tempos primitivos, quando antes, era apenas uma aldeia indígenas habitada por ramo tupi dos potiguares, território onde se originou o município de Guarabira, do qual foi parte integrante. Pirpirituba foi uma das primeiras áreas a serem percorridas pelo homem branco na Paraíba - portugueses e holandeses, estes por volta de 1641, em busca do ouro desbravaram a Serra da Copaoba

 


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Por volta do ano 1000 a região foi invadida por povos tupis procedentes da Amazônia, que expulsaram os habitantes originais, falantes de línguas macro-jês, para o interior do continente, A passagem pela região deixou marcas e vestígios. A herança por eles deixada encontra-se no nome da cidade, pois Pirpirituba deveo seu topônimo, segundo historiadores, a corruptela da palavra tupi-guarani “Peri-peri-tuba”quer dizer em português “onde nasce o junco” em elisão de uma planta nativa na região, aproveitada na

fabricação de cangalha e colchão. (Pery=junco e tuba=muito). Com o tempo o nome foi alterado e passou a se chamar Pirpirituba, o motivo da modificação é ignorado pelosmoradores da época.(BARBOSA, 1998). Existe uma lenda em torno da região, que:


 

“Um caçador por nome de Gregório Costa Soares perdeu-se dos companheiros quando

atravessava a serra da Serra da Copaoba acabou aprisionado por índios da região. Eram

índios antropófagos... Nos rituais de guerra ou religiosos, costumavam devorar os inimigos

aprisionados. E este seria o fim de Gregório, se mãos hábeis não desatassem os cipós que

o amarravam a uma estaca. Ele ia ser sacrificado na manhã seguinte. O misterioso salvador

correu madrugada adentro, com Gregório às costas. Ao amanhecer, o caçador notou que seu

anjo benfeitor era uma formosa índia, que o levará a salvo até a aldeia de Santo Antônio da

Boa Vista (o território que hoje forma Borborema e Pirpirituba)”. 

 

 

        Outros vestígios aconteceram em estudos realizados a respeito dos seres pré-históricos que partiu de uma pesquisa no Sítio Santa Terezinha nos arredores do povoado, quando trabalhadores vindos de outras regiões fizeram escavações para instalação de um motor desfibramento da folha de agave foi encontrado naquele local, muita peças de pedra polida em formato de pilão, machados, cilindro, uma esfera encontrada dentro da argila, que, para os especialistas poderia ser um projétil usado como arma para caçar ou mesmo para guerras. Dizem serem pedaços de peças de raios petrificadas. Ano mais tarde, foram examinadas por especialistas que chegaram à conclusão de que eram peças fabricadas por tribos pré-históricas que viviam na região durante o Período Neolítico denominado também, Período da Pedra Polida.




      

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